domingo, 13 de abril de 2008

Um Canto Para O Tibet




Um Canto Para O Tibet



Om Mani Padme Hum
Ahum
Som
De armas de fogo
Disparando no topo
Das cordilheiras íngremes
Do Himalaia

As neves caem
Brancas
Pombas voam
Brancas
Nuvens cobrem o céu
Brancas
Lírios se abrem
Em pétalas brancas
E ninguém vê
O alvo sinal da Paz

O vermelho sangue
Vem do leste
Inundando o Tibet
Na força
De um bilhão de habitantes

Ordens são dadas
Soldados marcham
Disparam armas

Na bandeira o emblema
Que move a marcha
Rumo à cordilheira:

A cor do sangue

Vindos das entranhas
Da intolerância
De séculos e milênios
Que não se apagam
Soldados marcham

Ó infame tirania
Imperadores
Samurais das trevas
Tanques de guerra
Fuzis e baionetas!

Nossa cidade
Não é proibida
É Flor de Lótus concebida
No Jardim da Paz

Nem muralhas de pedra a cercam
Porque não somos guerreiros
Que dilaceram peitos
E seguem marchando
Sobre cadáveres de irmãos

Renegamos trincheiras, barreiras
Contra inimigos
Semeando a Paz
Estendendo a mão

Toda alma
Seja bem vinda
Quando em si não abriga
Dragões
Da maldade e discórdia

Vinde serena
Límpida
Como água cristalina
E sente-se à mesa
Repartiremos contigo nosso pão

Ofertaremos de bom coração
O humilde teto
De todo e qualquer monastério

Cale-se fuzil!
Torna-te branca da Paz
Vil bandeira sangrenta!

Tornem-se fardas
Mantos
Soldados
Monges

Brados de guerra
Nosso mantra:

Om Mani Padme Hum
Ahum
Mestre Iluminado
Ensinando a compaixão
Por todos seres vivos

Om Mani Padme Hum
Ahum
Lugar sagrado
Sangrando
No teto do mundo
Chamado Tibet



Rob Azevedo







Um comentário:

Anônimo disse...

Querido Poeta Rob
Gostei muito ...
O Tibet é como um imã de amor pra mim.


Om Mani Padme Hum Ahum
Que a sua Luz Poética
em prece-contestação
chegue até lá!


Um terno abraço pra você.
megg