terça-feira, 15 de julho de 2008

Princesa




Princesa




Minha princesa menina mulher
Tuas palavras são cantos
De pureza em meus ouvidos
Tua presença a leveza
Que alivia o fardo da minha alma
Tão cândida
És a castidade que outrora
Desencantado
Busquei na Lua...

O quão doce são teus sonhos de amor!
Concedem a mim a crença
Em lendas
Incólumes
Nascidas do coração
Santificando o puro sentimento
Do encantamento que há
Entre um homem e uma mulher
Devotados um ao outro
Em cada pensamento

Um amor assim de todos
Algum dia já foi sonho
Verdadeiro
Único
Leal
Inocente
Confiante e calmo

Desperto
O vejo em teus olhos
Amor digno
De romances que emocionam

Enfeitiçado
Contemplo
A mais bela imagem
Dos meus ideais de poeta...

Todas quimeras
Que cantei em devaneios em meus versos
As encontrei em tua alma
Isso me acalma, me embebeda

Transfigura o deserto
Em bosque florido
Onde se abriga um castelo
Às margens de um lago

Ó, se aquietem todos!
Teus olhos não vêem o que vejo
Deixem que eu contemple desperto
O sonho mais belo

Não vêem os cisnes no espelho das águas desfilando?

Os pássaros silvando pousados nos galhos dos arbustos?

Os íngremes montes ao fundo cobertos de neve?

As cabras pastando nos outeiros?

As gazelas correndo nos prados?

Ó, eu vejo até com os olhos cerrados!

Eu vejo minha princesa de pureza que vem
De seu castelo
Vestida de azul

Menina mulher de longas madeixas
Derramando-se sobre as espáduas nuas
Seus olhos me fitam e sorri
Eclipsando a luz do Sol

Sou seu príncipe
Chegando num cavalo branco

Sempre serei
Seu príncipe
Ela
Minha princesa

Desço da montaria
Tiro o chapéu
Ajoelho-me diante da deusa
Beijo-lhe a mão
Oferto-lhe um buquê de rosas

Ó, numa noite enluarada
Defronte a igreja
Em voz suave e calma
Confidenciou-me recatada
Que entregar-se na alcova
Há de ser
Unicamente
Por um amor
Que não se meça
Tudo transcenda
E que seja
Pra vida inteira
Pleno de pureza
E devoção

Ó, que sonho!

Assim foi o amor da minha mãe...
Por toda vida só do meu pai
Disse-me ainda

Ah! Que leveza
Minha alma flutua como pluma
O mundo torna-se
Um mar de rosas sem espinhos
Inocente
Tranqüilo
Celeste

Contemplando o íntimo
Dessa princesa menina mulher
Compreendo
Que o amor das lendas, ideal
Posto em pedestal
Declamado por trovadores medievais românticos
Ainda existe
E o tenho em minhas mãos
Que de coração e espírito asseguro
Com grande alegria e honra
Serão dignas de ti
Religiosamente
Por toda a vida
Como tu sonhas
Ó, minha princesa!



Rob Azevedo






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