quarta-feira, 11 de junho de 2008
Navio Fantasma
Navio Fantasma
Do tombadilho vejo vagas
Açoitando o navio
Estouram brancas espumantes
Em rompantes de ira
Vindo e voltando
Subindo e descendo
Seguimos perdidos
Adernando a deriva
A noite escura nos toma
Nenhum farol nos guia
Sem Norte na bússola
Não se vê estrelas acima
Ruge o trovão do céu encoberto
Como o dragão das trevas rosnando
Sobre águas balouçamos
Do alto águas desabando
Em meio à tempestade
O estrondo das vagas estourando
O uivar do vento furioso soprando
A chuva, o relâmpago
São réquiens
Fúnebres canções malditas
Vindas do além
Range a madeira
Range o ferro
Nos espreita o rochedo
Breu profundo...
Só as vagas espumantes são brancas
São mortalhas tremendas
Castigando o navio
Impiedosamente
Envolvendo-o
Uma noite apenas
Na extensão da eternidade
Quiçá desaguando na morte
Importa-nos?
O que somos?
Senão mortos
Na treva funda amaldiçoados
Do descanse em paz desterrados
Como tripulantes degredados do navio fantasma
Navegando sem leme
Por mais uma noite
Na extensão da eternidade...
Rob Azevedo
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