sábado, 20 de outubro de 2007
Diana
Diana
-> Trilha sonora
Inspiro, cerro os olhos, imagino
Relaxo o corpo e vôo, sentindo
Nós dois, sobre uma cama de rosas
Em pensamento me dôo
Pétalas no quadro pinto
Devagar se abrindo
Contrito me confesso
Tocando seu corpo
Como um violino
Meu Amor e carinho
Não se mede
Sem contar as estrelas do infinito
Tampouco meu desejo
Companheira dor que arde em meu peito
Nessas noites de solitude insone
Em que derramo nas brancas folhas nuas
Versos banhados em sangue
Dum coração ferido
Atravessado pela seta de Cupido
Que devaneios loucos, incompreendidos
Amarguram a alma dos trovadores
Quem os entenderá?
Algum William Shakespeare
Nos dará as respostas
Formulando teses onde se explique
Por que tanto Amor ao Amor sofrido?
Por que te elevei
Ao píncaro do monte mais alto
Onde já não posso alcançar-te?
Por que te vejo
Na lua refletida
E te procuro trilhando
As sendas da Via Láctea?
Vem para o chão
Meu Amor
Desça das nuvens
Abre mão de ser anjo
Desça do pedestal
Em que assentas como estátua de mármore
Idolatrada Diana
Rob Azevedo
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Cama de Rosas
Cama de Rosas
-> Trilha sonora
Vela no castiçal
Incenso no ar
O quarto em penumbra...
Eu na sombra
Escrevendo poema
Nosso palco de Amor
Ao lado
Cama de Rosas
Em lençóis de cetim vazia
Em minh`alma inspira
Poesia
Em devaneios perdida
Minha pena desliza comovida
Em sonhos de poeta
Meu corpo junto ao seu transpira
Cantamos nosso canto
Cantando seu nome clamo
Amando meu nome clamas
Na cama que se torna chama
Mordendo os lábios
Meus lábios encontram
Nos meus os seus
Como duas mãos juntas que rezam
Da alquimia o feitiço:
Encontrar-te em mim
Quando não estou contigo
Duas almas unindo
Assim que te amo
Elevado em prece
Venerando
Purificando o espírito
Profanando seu paraíso
Em Sacro Sacrilégio
Rob Azevedo
sábado, 13 de outubro de 2007
Foto Preto e Branco
Foto Preto e Branco
-> Trilha sonora
A chama crepita
Amanhã
Será cinza
Meu peito se aperta
Dói
Tudo um dia finda
Vida
Luz do dia
Riso
Jardim florido
Outrora
Fui menino
Brinquei no pátio
De peão
Bola de gude
Roda
Joguei bola
Soltei pipa
Catei conchinha
Na praia
Nadei no mar
Daquele tempo
Sou sombra
Foto preto e branco
Com ar de medo e pranto
Desbotada
Lembrança
Como eu amo
Aquela criança
Fantasma de mim
Que vejo
Em preto e branco
Com ar de medo e pranto
No quadro
Ela
- Digo alto para que todos saibam –
Sou eu!
Tão frágil...
Segurando um brinquedo
Não queria perdê-lo!
Comprado por meu pai
Na feira
Da praça
Singelo
Uma coisa somente
Inerte
Que não responde
No entanto
Naquele momento
Era meu mundo
Alegria
Riso
Dele eu cuidava
Como meu pai e mãe
Cuidavam de mim
Com todo Amor e Carinho
Por algo tão querido
Um dia
O presente quebrou
Eu cresci
A infância findou
O rio segue seu curso...
Ainda tenho meus pais por ora
Ainda tenho
Aquele Amor...
Melancolia
Fluindo o rio
Tanta água secou
E flor murchou
Agora tudo é mais trágico
De brinquedo inanimado
À gente falante
Que sente e se locomove
Feito nuvem flutuante
Me apego
Meu brinquedo era surdo
No entanto me ouvia
Era mudo
E falava comigo
O que ouvir desejava
Pois eu quem por ele falava
Tornando-o vivo
Agora tudo é mais trágico...
Do que faço meu mundo
Alegria
Riso
Cântaro de sentimento
Se move
Por livre e espontânea vontade
Vai para onde bem quer
Diz o que lhe convém
Nem sempre
O que ouvir desejo
Ainda tem o fato
Não raro:
Me fazem de brinquedo
Agora tudo é mais trágico...
Da situação
Perdi o controle
Tenho mais medo
E ar de pranto
Que antes:
O Amor em que me ancoro
Não é o dos meus pais
Não tem
Sua duração
E verdade
Com ar de medo e pranto
Miro o céu
O Sol se põe
A noite cai
Passou o trem
Com destino
A lugar nenhum
Uma vaca mugiu...
A chama virou cinza
Meu peito se aperta
Dói
Medito:
Tudo um dia finda
Vida
Luz do dia
Riso
Jardim florido
Rob Azevedo
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