quarta-feira, 20 de junho de 2007

Poema da Despedida




Poema da Despedida

->Trilha sonora


Manda-me embora
Pede-me volta!
Por que não me amas
Antes que me despeça?

Quando te quero
Foges
Esnoba
Quando fujo
Me quer

Quando aceno com o amor
Mostra-me o fim do caminho
Partindo
Sentes minha falta

Se arde em silêncio
Quando à noite se deita
Desejando meu corpo
Sobre o teu?
Indago...

Se queres ainda
Não espero mais
Que voltes
Não pertencemos
Ao mesmo mundo
Teu beijo
Entregas a outra boca
Meu corpo entrego
A outra mulher

Se amo
Assim digo
Não nego
No entanto
Se não me desejas
Me despeço

Não existem juras
De amor eterno
Que não possa quebrá-las
Em outros lábios
Fazendo um amor mais profundo
Do amor que julguei perfeito
Estando desnudo
Em teus braços

Não existem pessoas
Que não possa substituí-las
Bastando dobrar a esquina

Não existem amores
Que me prendam
Que sejam como prisões
Tampouco amores
Que os tenha somente
Feito de ilusão

Sendo verdadeiro
Não impede que parta
No instante derradeiro
Em que trancas tua porta

Não existe amor
Que me derrube ferido
Sangrando no chão
Que me lance no abismo
Que me faça sofrer
Mais de três dias
Não me atinge
Tal maldição

Não existe amor
Que cause em mim
Sequer arranhão
Que não possa ser curado
Noutro amor mais forte

Não existe amor
Que não possa varrê-lo
De minha lembrança
Com tamanha frieza
Que te causaria espanto

Não existe amor
Que me prenda
Que me impeça
De dizer solene
Te amo!
Sentindo-o falso
No entanto
Ao cruzar tua porta
Dobrar a esquina
A outra boca me entregar
Em outra cama deitar
Sem nenhum ressentimento

Causa-me riso
Pensares assim
Sou livre como o vento
Somente da mulher que tenho
Da mulher que está comigo
No instante do gozo
Nem um segundo a mais

Sou de todas
Não tenho dona
Tal palavra me soa
Demasiadamente patética
No mundo em que vivemos

Não repreendo
Os desejos que sinto
Não vejo motivos
Quando quero
Não minto
Se me negas
Me despeço

Meus desejos
Confesso
Se não me queres
Sigo meu caminho

Somente boas lembranças
Levo comigo
Não me ferem
Nem causam dor
Espinhos

Sou livre como o vento
De todas
De ninguém
Não carrego rancores
Em meus ombros
Somente o Sol
Em meu peito aberto
Novos amores

Meu destino conduz
A outros braços
Esquecendo promessas vãs
Desato velhos laços
Não me apego
Sou desapegado
Somente assim
Livre como o vento
De todas
De ninguém
Não levo rancor
Nem ressentimento
Seguindo meus passos
Encontro novo amor
Deitando em outra cama
Beijo outros lábios

Dizendo adeus
Sinto a alma leve
No último verso
Me despeço



Rob Azevedo





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