quarta-feira, 20 de junho de 2007

Pesadelo




Pesadelo



Nas tardes vazias
O eu notívago
Dorme.

No repouso da noite
Em que se consome
Desprendido de si
Embebedando-se de amores
Sonha o que vive
Gravado na memória
No subconsciente.

Dispersa a mente
Outra vez embriagada
Em doces venenos
Do desejo ardente
Levanta-se
Dentro de si
E caminha
Sonâmbula
Em sua clausura
Freudiana.

O caleidoscópio emite
Imagem difusa
Envolta em bruma
A chama arde
Nos lençóis da cama
Crepitando de dentro
Do corpo que sonha.

Luzes piscam
Setas indicam
O caminho
À beira do abismo.

Arapucas e artifícios
D`algum Morpheu maldito
Pregam peças
No sonhador aflito
Contemplando miragens
Ao léu, no infinito.

Apresenta a esfinge
Aspecto medonho
Traiçoeiro e vil
Guardada por mil carrancas
Infernais
De víboras e leões
Dragões e abutres.

Vomito num espasmo lancinante
Dores à caminho da morte
Na guilhotina.

O sonho morre
Degolado
Banhado em suores
Acordo.



Rob Azevedo





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