segunda-feira, 18 de junho de 2007
Contemplação
Contemplação
Tentei ser como eles
Esse gado
Que vejo pelas ruas
Ruminando
Pastando
Caminhando
Rumo ao matadouro
Felicidade não encontrei
Não fui covarde
Desertei do rebanho
Alimentei-me de meus sonhos
Largando o pasto
Os bois ruminaram
No último suspiro tentei
Ergui-me de pé e caminhei
Buscando distante
Prados verdejantes
Para alimentar minha alma
De poeta
Antes que morresse
Entediado, magro
Comendo capim seco
De quatro
Feito um boi
No último suspiro tentei
Ergui-me de pé e caminhei
Os bois ruminaram
Fui apedrejado
Esquecido
Abandonado sozinho
Andei, andei, andei...
Segui meu caminho
Juntei-me aos meus
Enfim compus sonetos
À luz da lua
Com a fronte ornada de rosas
Contemplando os lírios
Que aplaudiam e
Recitavam solenes
Suas poesias
Embriagado desse vinho
Fiz meu caminho
Encontrei o amor
Feito poesia verdadeira
Perfeita na forma
Amei
Nadando nos olhos
Da menina que cantava na noite
Esquecida do mundo
Fazia o tempo parar
Transbordando meu ser de êxtase
Por tamanho sentimento
Caber em seu peito
Doce alma de poetisa
Mergulhado naqueles olhos
Que miravam a Via Láctea
Nossa estrada para Pasárgada
Eu amei
De verdade eu amei...
Inteiro aplaudia seu canto
Sentindo cada verso
Em meus poros
Arrepiando a pele
Arrebatando-me ao firmamento
Ah, como eu amei!
Em meu peito o coração não cabia
Explodia desatinado
Afogado de paixão
Chegava doer
Ninguém via...
Ah, esse amor
Me deixava doente
Eclipsando o sol
Escurecia a luz do dia
Quando a poetisa surgia
Era somente um menino
Tão forte aquela mulher
Pequeno me fazia
Distante de seu canto
Comovido era o pranto
Sentia que morria
Quando chegava
A alegria voltava
Contente a Deus agradecia
Porque ela existia!
Ah, de fato fui feliz
Contemplando aquela mulher
Tão forte
Profunda na paixão
Gigante no talento
Diante dela
Era somente um menino
Embriagado que bebia
O que tão somente
Minha sede sacia:
O vinho da poesia
Rob Azevedo
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