quarta-feira, 26 de março de 2008

Seus Sonhos




Seus Sonhos



Não piso
Nem com calma ou devagar
Nem mesmo de forma alguma
Eu vôo
Porque sei que estou
Sobre seus sonhos

Seus sonhos...

Queria sobretudo saber
Que neles estou
Que também sou eles

Não piso
Vôo e acaricio
Seus sonhos imaginando
Que neles estou

Que doce ventura!
Somos nossos sonhos
Como haveria eu
De pisar nas flores
Do jardim de quem tanto amo?

Quem saiba eu
- É a esperança que acalento -
Seja uma delas
Um belo Amor-Perfeito
Imponente
Florescendo

Não haverei nunca de pisar em ti
Meu Jasmim
Nem em mim

Somos nossos sonhos
E quem amamos

Nos meus em noites de verão
Lânguido te vejo
Gravada bem no fundo
Do meu coração

Ou mesmo quando caminho
À luz do Sol pelas ruas
Alheio ao mundo
Por ti suspirando

Meus pés nunca tocarão
Seus sonhos
Ó Meu Jasmim
No Amor que sinto
Criei asas
Para que por sobre eles
Eu voe
E jamais te magoe

Dá-me em troca seu sorriso
Seu ombro amigo
E companhia por algumas horas

Dá-me em troca
Um recanto especial em seu coração
Na certeza de existir em seu pensamento
Com Amor e carinho
E me devote ao menos
Um pouco de saudade

Diga-me um oi
Quando passares por mim
Desejando bom dia
Com ar de feliz

O resto esperarei
Que floresça naturalmente
No jardim dos seus sonhos
Que nunca conhecerão meus pés
Por sobre eles voarei

Porque de sonhos
Entendo e respeito
Tornei-me Mestre
De tanto sonhar contigo
Dias e noites

Ó Meu Jasmim
Que me fala de sonhos tão docemente
Com receios de ser por alguém ferida...

És o meu sonho
Em que vagueio de amores perdido
Em suas madeixas douradas
Castanhas cor de cobre
Navegando em olhos de mel
Como dois rubis estonteantes

Navegando nesse mar de deslumbramento
Em seu sorriso naufrago
Tragado, afogado
Por seu beijo

Meu sonho sagrado
Me dá asas para que voe por sobre os seus
Com zelo devotado
Enraizado na esperança
De que as sementes que do alto lanço
A mim neles floresçam
Num verdadeiro e único
Amor-Perfeito


Rob Azevedo









sábado, 22 de março de 2008

___Infinito___




___Infinito___



Te amo hoje
Como te amei ontem
E te amarei amanhã

Te amo de um Amor calmo e paciente
Perseverante
E inocente

Naturalmente
Como o Sol se levantando todas as manhãs
Iluminando o mundo
Nos aquecendo

Te amo e te amo e te amo
E te amo, te amo, te amo...

Enfeitiçado
Literalmente
Inundado
Por um sentimento
Mágico
Que chamam Amor

Esse que me causa tanta dor
Apertando aqui dentro
Sufocando
Porque nem sempre se pode
Estar ao lado de quem amamos

Te amo e te amo e te amo
E te amo, te amo, te amo...

É a canção
Que ecoa meu coração
Dia e noite

Causa espanto
Eu sei
Tanto Amor assim
Mas não precisa explicação
Apenas que seja grande
Verdadeiro
Único
E gratuito

Se quando te vejo me deslumbro
O que importa a razão?

O pensar?

O medo
De que tudo é ilusão
Que há de nos ferir
Abandonados ao relento
Quando menos esperamos

Quem saberá do Amor
Do que nos reservará?

Flores ou espinhos?

Ambos, senão não é Amor

Esse sentimento
Que não se mede
Do qual ninguém sabe
Só podemos vivê-lo
Ainda sem compreendê-lo

Deixei de lado os porquês
Arrebatado inteiro
Ao firmamento
Por ti

Lá nas estrelas
Elas nos bastam
São o infinito
Que sinto em mim
Quando te beijo

Nada mais
Nada mais além dessas estrelas
Preciso

Nada mais...

São o infinito...



Rob Azevedo






sexta-feira, 21 de março de 2008

___Perfeição___




___Perfeição___



Miro tuas fotos
Algo me invade
Chamado Amor
Esse feitiço
Que me domina
Quando te vejo
Travessura de Cupido
Que cravou distraído
Envenenada de Paixão
A seta dele em meu coração
Gravada com teu nome
Tornando duas coisas
Uma só
Olívia-Poesia
Perfeita rima

Passo o dia inteiro
Assim
De olhos vidrados
Nas tuas fotos
Perdido em devaneios e suspiros
Morrendo de amores
Vendo flores
Nos jardins do teu corpo

Sorvo em segredo
A doçura do teu sorriso
E confesso:

É a coisa mais linda que vi
Desde que nasci

Dessa beleza
Nascem versos
Do profundo de mim

Em cada palavra tua
Torno-me vivo
E acredito
Que o Amor verdadeiro
Existe

Esse que canto
Dias e noites
Em teu ouvido
E suspiro
Porque em toda tua pureza
Disseste a mim
Que crê
No que creio

Essa coisa louca
Que me deixa enfeitiçado
Andando nas nuvens
E muitos dizem
Ser mera lenda
D`outros tempos
Dos contos de fadas

Te amo sem rodeio
E não sou nenhum
Lobo mau
Apaixonei-me mesmo
Sem medo

Como me disseste também
Coração e sentimento
São coisas sérias
Sérias demais...

Não brinque com isso...

Não brinco
É que não dá mais
Para esconder o que sinto
Se cada vez que te vejo
O que acontece não explico
Em nenhum poema
Nem com todo meu lirismo

Poderia dizer que as estrelas
Despencam do céu...

Que me invade um oceano de desejos
E encantamento...

Que me embriago
D`alguma poção mágica
Que me deixa sem tino...

Que me dói o peito
De uma dor
Que é Amor...

Todas essas palavras
Não dizem
O que sinto
Nessas horas caladas
Que passo mirando tuas fotos
Esquecido do mundo

Bebendo teu sorriso...

Bêbado!

Bêbado!

Bêbado!

De tanto
Tanto Amor...

Não tenho pudor
De confessar isso
Expondo minha alma nua

Porque roubaste
Meu coração
Quando te conheci
E está em tuas mãos

Levando-o de mim
Veja como é o Amor
Ainda vejo em ti
Perfeição
Em cada detalhe sutil

Entendo então o pensamento:

“Ninguém é perfeito
Até que nos apaixonemos”



Rob Azevedo






domingo, 16 de março de 2008

Peter Pan – Pra Te Deixar Nas Nuvens




Peter Pan – Pra Te Deixar Nas Nuvens



Vai Amor, me dá um desconto
Para que eu diga minhas bobagens
Seja novamente um menino
Palhaço no picadeiro
Só pra te ver sorrindo
Porque do outro lado de mim
O qual ainda não te mostrei por medo
De me apaixonar por você
Sou toda sensibilidade do mundo
Aquela que toca fundo
E tira nossos pés do chão
Se não veio passear comigo
Na senda que passa por sobre as nuvens
Nem venha
Porque é pra lá
Que vou te levar


Rob Azevedo





sexta-feira, 14 de março de 2008

Alvorecer




Alvorecer


Teu sorriso
É o alvorecer do Sol numa manhã azul
É a pureza de que preciso
É aquilo
Que torna minha vida suave
Meu desejo por viver maior

É tudo o que sinto
Quando te vejo:

Amor

Teu sorriso
Tem a dimensão do infinito
Trazendo consigo
A certeza
De um dia melhor

Em teu semblante
Tua beleza aflora
Tornando-a ainda mais bela
Como o luzir da aurora

É o alvorecer do Sol
Numa manhã azul

É tudo de que preciso...

De resto
Acalentarei meus sonhos
Em bosques ermos
De que teus lábios
Que sorriem
Um dia tocarão os meus
Que vivem a murmurar lamentos
Entristecidos
Apartados da tua boca

Esperarei ainda
Que desse encontro
O alvorecer do Sol
Numa manhã azul
Não deixe mais
Nunca mais
Minha vida


Rob Azevedo




terça-feira, 4 de março de 2008

Melodrama de Dois Corpos Se Espremendo Contra a Parede




Melodrama de Dois Corpos
Se Espremendo
Contra a Parede



Larga desse copo
De Whisky
Apaga o cigarro
E fecha a porta
O assunto
É entre nós

Vem cá Mademoiselle
Andas se embriagando
Demais
E acende
Um cigarro n`outro

Sua vida tão revirada
De ponta à cabeça
Noite virou dia
Dia virou noite

Vejo a hora
Em que de mala e cuia
Virá bater
À minha porta

Fugirmos para o Tibet
Não é
Uma boa idéia...

Nem de Poesia e Amor
Viveremos
Seja lá
Como for

Queima um pouco mais
Dos seus neurônios
Pensando em algo
Diferente...

Abdução por extraterrestres...

Que tal?
Verossímil te parece?

Olha Mademoiselle
Poesia não se come
Nem a fama nos dá cama
Todo poeta
Morreu na penúria
Declamando ao vento enlouquecido
Que as gerações futuras
Lhe renderiam glórias

De corpo e alma
Absortos
Por esse Elixir da Imortalidade
Trilharam seus caminhos
Semeando versos
Esperando, quiçá, um dia
Serem mortos
Famosos
Consagrados
Na Literatura

Objeto de estudo na escola...

É bem assim
Nosso prato de comida
Só vem
Quando já não temos
Fome
Sequer estômago nem boca
Somos apenas
Caveiras se esfarelando
Numa lápide qualquer
De um cemitério além do mundo

Ah! Viajo tanto em minhas querelas!

Ó, Ululante Libélula!
Tudo isso me revolta
Na tela branca deixa nódoa
Inundando o atelier
Num mar de mágoa

Seu equilíbrio se revira
De ponta à cabeça
Nessa paixão mal resolvida
Dividida
Pra nós dois
Esmigalhada

Aflita, sem saída
Trocando o dia pela noite
Paixão por segurança
Busca refúgio
No cigarro
Na bebida
Sobretudo nas quimeras
Que eu mesmo acalento
Em mil poesias

Ah! Um pouco mais
Seremos dois
Bêbados caídos na sarjeta
Dando pano pra manga
A cineasta
De melodrama

E quão bela história se verá
Nas telas Hollywoodianas...

Risos...

Que se danem esses tolos!
Que riem às gargalhadas
Exibindo em suas bocarras
Dentes de ouro
Não passam de devoradores de revistas
Que contam a vida íntima...

Ainda ruminam hipocrisias
Rindo
Do que nos bastidores
Dão muito mais motivo ao riso

O que esperam
Encontrar nas páginas dos diários alheios
Senão tudo aquilo que espanta
E é visto como loucura?

Se há de rir das insanidades dos outros
E os outros rirem das suas
Cometa ao menos
Suas próprias loucuras

Verdadeiro louco é aquele
Cuja grande loucura de sua vida
Foi cometida por outros

Danem-se todos
Que morram em convulsões de riso
Internados neste dourado hospício
Que é o mundo cão

Dane-se ainda
Nossa bestial confusão...

Mas rezemos contritos a Baco
Para que ao menos, algum dia
Nalguma esquina qualquer da vida
Quando na sarjeta estivermos dormindo
E os cães vira-latas vierem lamber nossas bocas
Possamos afugentá-los aos berros
Mais estrondosos do que quaisquer latidos
De tão ébrios de orgulho íntimo estaremos até os últimos fios de nossos cabelos embranquecidos
Porque tivemos
Atitude
E essa será
Nossa oração
Protetora
Alimento
E abrigo

Vomitei a solução
Pra essa intrincada equação
Matemática
Agora vou-me embora
Vou-me embora
Antes que cerrem
As cortinas
E apaguem
As luzes

Alguém sabe onde passa
O ônibus pra Pasárgada?




Rob Azevedo





domingo, 2 de março de 2008

Domingo Pós Scotch On The Rocks




Domingo Pós Scotch
On The Rocks



O céu tomado
Por nuvens cinzentas carregadas
O chão molhado
Dessa chuva fina que não pára
Embrulhado feito pão de padaria
Entre edredons espreguiço
Acordando sem vontade
Numa tarde de domingo
Pós Scotch
On the rocks

Sobre a cômoda
O relógio marca
Algo além
Do meio-dia
Meio quente, meio frio
Do verão que se vai indo

Lembro de alguém
No burburinho dos bares
Entre mares
De cerveja, drinks
E brumas
De nicotina

Em meio ao desfile de moda
Baladas
Rock `n Roll
Espelhos, faróis, perfumes
Olhares, sorrisos
Miragens alcoólicas
Filosóficas

Ó Quimera madrigal!
Vem ao meu encontro
Num duelo de olhos
Fincados um no outro
Até que o sangue
De dentro de mim escorra
Gota por gota
Transbordando
Em teu cântaro
Quando
Há de rir
Vitoriosa

Difusas lembranças
Sobre lençóis
Exalando outro perfume
Exibindo rutilantes
Marcas de batom

Assim como as pedras de gelo
Num copo de Whisky se derretem
O nevoeiro se esvaece
Cada traço se define
Descortinando um rosto...

Lembro mesmo
Quem diria?
Seu nome
E número
De telefone!

Sete – meia – sete
Quatro – cinco
Sobe três
Desce um
Quatro – cinco – nove
Meia – oito
Restam dois...

Biiiiiiip, biiiiiiip, biiiiiiip...

- Alô!

Da memória que se refresca
Florescem Camélias
Num balé coloquial
Brindando apetitoso
Coquetel de frutas

Logo estamos
Embriagados outra vez
A tarde de domingo
Cinza, chuvosa
Morna
Não é mais
Tão somente
Uma vazia tarde
De domingo
Entediante
Nem fria, nem quente

É poesia e prosa
Amorosa
O quente
Esquentando o frio
O arco-íris
Colorindo
Além do céu cinza
O infinito

Mil coisas faremos
Até o luzir de uma nova aurora
Como bons boêmios
Tortos, de tão ébrios
Cantaremos Odes
Aos moinhos de vento
E que a vizinhança toda acorde!
Porque depois morreremos
Num longo suspiro
Sobre lençóis
Encharcados de suor

Ao abrir as janelas
O céu cinza
Na tarde chuvosa
Não nos importará
Nem o Porvir
Ou o bramir
Dos cães vira-latas
Doentios de cólera



Rob Azevedo





sábado, 1 de março de 2008

Estrela Bailarina




Estrela Bailarina


”Somente quem tem o caos dentro de si pode dar à luz uma estrela bailarina.”
(Nietzsche)




Dá-me pena
Ver teu vestido novo
Preto e branco
Que toda feliz
Com ar de criança
Sorrindo me mostra...
Teu sapato de salto alto
Rosto de boneca maquiada
Cabelo de princesa de Mônaco
Brincos, anéis e colares
Reluzindo e chacoalhando...

Parece um carro alegórico
Em noite de Carnaval
Ou ícone às barbies
De Bervely Hills...

Hoje estou sarcástico
Destilando fel
De tão embriagado
Do teu perfume
E minhas retinas
Tão embaçadas
Pelo vermelho incandescente
Das tuas unhas de tigresa
E lábios suplicantes
Pintados de fogo

Voltei a ser implicante...
Inconseqüente, adolescente
Rebelde sem causa
Ébrio delirante
Em qualquer copo
Se não é de um bom Scotch
Mas de água
Vejo uma tempestade
Ao meu ego afrontosa
E quebro eloqüente
Numa cena espalhafatosa
Teu espelho
Onde se miras
Em sonhos cor de rosa

- Só pode haver um Narciso nessa droga!

Grito...

Depois incompreendido
Num arroubo de fúria sem sentido
À luz dos holofotes, que enfim, pairam sobre mim
Pego em teu braço
Contrariado, te empurro pra dentro do carro
E saio
Cantando pneus
Cruzando sinais
Vermelhos
Com destino
Ao motel mais próximo...

Entre quatro paredes despedaço
Teu vestido preto e branco
Tua lingerie rasgo
Do teu cabelo cada mecha desfaço
Acabo
Com a pintura do teu rosto
Que agora ao meu gosto
É um quadro de Renoir

Teu batom
Mais um borrão
Impressionista
Ou obra de vanguarda
Da Semana
De Arte Moderna

Sobre cacos dadaístas
De brincos, anéis e colares
Despojados de fantasias
Gozamos
Em meio ao caos
Onde enxergamos
Como Nietzsche dizia
Uma estrela
Bailarina



Rob Azevedo