quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

L`Amour Et La Paix




L`Amour
Et
La Paix



Vem na noite
Dar-me teu Amor
Transbordando paz
Linda assim como te miro
Sorrindo
Minha menina
Mulher
Linda
Como Deus te fez
Nessa infância que não se perde
Travessa
Sonhadora
Vem e me toma
Brindando champanhe em minha cama
Nesse fogo que não se consome
Incendeia feito chama
Do Sol que não se apaga

Diz, que te faço feliz
E por mim tudo abandona
Essa vida sem paixão
De dor e conveniência

Bem além da aliança
Dos pergaminhos amarelecidos que jazem em pó
Desse teatro que te agonia sem dó
Cá estou, Meu Amor
Arrepiando pêlos
Estremecendo corpo inteiro
Precisando de um abrigo
No teu seio

Lembra dos lençóis
Encharcados de suor
De tanto, de tanto que te amei
Como nenhum outro mais

Vê o vaga-lume
Cintilando perdido na noite
É tudo que tens
E olha agora
O céu pontilhado
De luzes infinitas
Postas lá no alto
Por Nosso Pai Altíssimo

Sou eu, Meu Amor, pra ti sorrindo



Rob Azevedo




terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Nosso Amor




Nosso Amor



Sussurra em meu ouvido
Tudo aquilo de ontem à noite
Mais uma vez
Como o frescor do vento
Que encontrou o Amor de sua vida

Acalenta meu espírito
Me acompanha nas horas sagradas
Das madrugadas
Minhas e tuas

Vem de novo à minha casa
De alma pura
Ser minha até a alvorada

Olha a lua
Iluminando a serena estrada
Indo dar na praia
Onde foste minha
A primeira vez
Inteira na entrega
Apaixonada

Vê a praça
Defronte o coreto
Aquele banco
Onde em noites de domingo
Segura se deita
Com a fronte sobre minhas pernas
Espalhando madeixas
Perfumadas e suaves
Que minhas mãos
Acariciam
Enquanto miras
O céu estrelado
E ouves de mim
Juras
De Amor sem fim

Naquela madeira
Gravei a canivete
Meu coração
Atravessado
Pela seta da paixão
Que me cravaste
Em tua rendição
Não da carne
Que tão rápido apodrece
E são tantas que se oferecem
Mas da alma
Brindando a eternidade

Bebendo desse cálice
Nosso Amor
Bem além da leviandade
Que engana e mata
É contentamento
Imortal



Rob Azevedo





sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ballade Pour Psique




Ballade Pour Psique
- - - ♥ Eros & Psique ♥ - - -



Psique
Olhos rasos d`água
Minha alma
Que te fala
Tudo
Que a boca cala

Em cada lágrima
Derramada
O Amor aflora
Da entranha
Aos pêlos
Em meu ser inteiro

Confesso:

Te amo de um jeito
Que em mil versos
Nem um terço
Do que me vai no peito
Esclareço

Deixei de lado
O medo
Palavras ditas
Ao meio
E o segredo
Entre nós

Por mil sóis
Desato os nós
Grito
Estremeço
Em sonhos te vejo
Do sono desperto
Clamando seu nome
Banhado em desejo

Uma canção
Retinindo no fundo
Do meu coração:

Te amo!

Ecoa por todo infinito

Minha face
Se mirando no espelho
Cumpre a jura
Entrega em sua mão o segredo:

Sou eu quem te escrevo
O Sr. Azevedo
Avesso
Ao que chamam
De eu lírico

Porque preciso
Dizer que te amo
Contando o que sinto...

Assim aprendo:

Se confessar
Alivia a alma
O peso de um mundo

Paixão
Apaixonar-se
Apaixonado
Por você...

Não tenho mais receio
Dessas palavras
Desse sentimento

Antes o diga
Do que leve guardado comigo
Ao descanso derradeiro

Nem tenho arrependimento
Por confessar o que sinto
Somente agradeço
Por haver te conhecido

Peça mil vezes
Quantas queira
Repito o que digo
E afirmo:

Não é eu lírico!

Sou eu quem te escrevo...

Psique
Olhos rasos d`água
Minha alma
Que te fala
Tudo
Que a boca cala

Porque preciso
Dizer que te amo
Contando o que sinto...

Assim aprendo:

Se confessar
Alivia a alma
O peso de um mundo

Paixão
Apaixonar-se
Apaixonado
Por você...

Um eco ecoa
Por todo o infinito:

Te amo!

Bem mais do que isso
Inexprimível o que sinto...

E não desdigo
Em nenhum momento
O que afirmo
Somente repito
Quantas vezes queira
Em seu ouvido

Assim flutuo
Na extensão do firmamento
Abraço as estrelas
Porque minha alma
Agora
Confessado o que em mim transborda
É leve, leve, leve como pluma
Que nem mesmo o peso
De um átomo
Terá
Se um dia
Ao acaso
Sem arrependimento nem medo
Em verdade que a tudo transcende
E sentimento à flor da pele
Por própria vontade
E da alma necessidade
Ouvir de seus lábios
A canção que meus versos
Confessam ao seu coração

Rendido, me entrego:

O Amor que move minha pena
É verdadeiro e seu

Grande, tão grande
Que não se mede

Como medir
Cada minuto que passo
Pensando em ti?

Desde que se abrem meus olhos
Ao se fecharem
E fechados em sonhos

Noites insones
Dias acordados sonhando
Imaginando
Nós dois nos amando

Nossos corpos nus
Assim como nossas almas
Perfeitamente
Se encaixando

Nossas formas se completando
Banhadas de Amor
Eros, Psique
Psique, Eros
Ambos
Um só se tornando

Despidos de tudo
Nós dois rendidos
Nos braços um do outro
Sobre lençóis desalinhados que voam
Por todo infinito

Gotas de Amor em seu corpo
Adentrando o íntimo
Uma parte de mim em ti
Se derramando
Num longo suspiro
Ao clamor do seu nome
Como sempre digo

Seu corpo vibrando sob o meu
Num gozo síncrono
Perfeito e lindo

Ao mesmo momento
Cronometrado o segundo
Dois longos gemidos
E meu nome, seu nome
Entrelaçados se clamando

Meu corpo seu corpo
Seu corpo meu
Toda devassidão
Abençoada
Sagrada
Bendita
Sobre a Terra
Sob o Céu

Porque nos amamos
De um Amor sem tamanho
De corpo e alma
Mente e coração
Pura Paixão
O prazer é Amor
O Amor é prazer

Apaixonamos...

Nossos corpos se pedem
Se permitem, se doam
Confessam e saciam
Todo capricho e fantasia
De forma irrestrita

Assim descobrimos
Cada palmo de nossos corpos
Desvendando segredos
E aprendemos
Como nos amarmos
Da forma como queremos
Sermos amados
Tornando
O êxtase sacro

Senti-lo em meu corpo
Vibrando
Bálsamo inefável
Só comparável
Ao sentires dentro de ti
Meu eu transbordando
Amor e Paixão

Entrega total
Incondicional
Libertária
Em cada desejo
Com devoção saciado

Eu canto
Bem sabes
O Amor Sagrado
Aquele que nos eleva
Aonde assentam os deuses:

- O Trono Soberbo
Que governa o Universo
A tudo criou –

Os deuses se amam
Nos amaremos como deuses
Porque somos
Deles imagem em perfeição
Quando o Amor de verdade
Incomensurável
Nos adorna
De cada pêlo à alma

Amemo-nos assim
Sem restrições
Porque os deuses
Sorriram para nós
Nos brindando
Com o cálice do Amor

E embriagado estou
Desse sentimento
Sem tamanho
Que vem de ti

Porque te amo
Porque sou poeta!
Porque te venero
Porque acredito em Deus...

Porque vejo Deus em ti...

Porque me vejo em ti
Como mirando um espelho...

Porque me confundo
A todo momento
Não sabendo mais
Se eu sou eu
Ou se eu sou você
Ou se ambos
Somos o mesmo Ser...

Aquela velha questão
Tão decantada
Por todos românticos
Me vem à mente
De súbito:

Almas gêmeas...

Que se procuram
Em si se completam
Tornando-se uma
Como no início...

Eu sou você
Você sou eu...

Me confundo
Mirando meu semblante no espelho
Vislumbrando seu rosto...

Deixo de lado o espanto
O medo de ser visto
Como um louco
Contemplando coloridas quimeras...

Porque essa lucidez ao avesso
Revirada de ponta à cabeça
Me liberta
Erguendo castelos
De Poesia

Que não se compram
Nem se vendem
E vencem o tempo

São meus versos pra você...

O resto
É pó
Que retorna ao pó
Relegando-se
Ao esquecimento

Só os grandes amores
Amor que seja Amor de verdade
Erguem monumentos
Que se eternizam na humanidade

Os exemplos são tantos
Incontáveis

Assim sendo
Por que não
Ao invés de conter-se
Transbordar-se?

Amarmo-nos...

Apaixonarmo-nos...

Confessarmo-nos...

Num eu te amo sem fim...

Permitamos que essa bênção
Nos invada
Nos tornando um só oceano
De Puro Amor

Amemo-nos
Apaixonemo-nos
Sem restrições
Abençoados
Gozemos
O Amor
Que nos devotamos
Amém!



Rob Azevedo





sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Dialética Existencial




Dialética Existencial


Numa tarde vazia
Filosofando reconheci:
Sou nada!

Nada!

Nada!

Que bom seria
Se todos um dia
Reconhecessem
Serem nada

Nem sequer
Humúnculo
Vindo do barro
Nem pó
Um nada somente

Lapso de segundo
Na eternidade do infinito
Um vaga-lume
Que pisca uma vez
E apaga
Nunca mais acende

Companheiros
Em miséria existencial
Ninguém acima
Nem abaixo
Tudo igual

Por que não viver
Nem arriscar
Se nada somos?
Por que tantos pesares
Se somos nada?

A cova
O fim da jornada
Então, nos embebedemos do vinho
Esvaziando a taça

Se tão cedo tudo acaba
Por que tanto apego
Ao nada inerente
A cada coisa?

Por que o medo?
O desassossego?
O freio?
O fim no meio?

Aos que perderam
Nem a perda existe
Se em nada consiste
O jogo

Aos que venceram
Mero devaneio
Sonho em noite de verão
Que as traças tornam em pó

Sem meu, nem teu
Compadres na miséria
Libertos do peso da posse
Leves como plumas
Com Deus ou ateus
Ricos do Nada
Sem dores de cabeça

O Ter
No sentido amplo da palavra
Pesa na alma
Uma tonelada

O que importa em verdade
Tão somente Ser
Sendo Tudo e Nada

Viver
Isso e aquilo
Por que não vivê-lo
Se tudo acaba tão cedo?

O que não se viveu
De sua parte
Por que tanto alarde?

Livre-se do peso
O rio flui sem que pare
Deságua no mar

Os balões
Só alçam vôos
Leves

Descarregue o fardo inútil
Leveza é a regra de tudo

O Nada pode ser Tudo
O Tudo, Nada
Ambos
Tão somente metáfora

Pensar demais estraga
Sentir tem mais sentido

Ninguém é insensível
À amargura dos pesares
No entanto a liberdade
De menos senti-los
Sem queixas
Resistindo despojado
Mirando os lírios
Torna a vida
Mais suave

De qualquer forma
Existir é presente
Ao Sol
Ou na escuridão da noite

O que é bom
Finda
O que é mal também
Tudo afinal
Tão desimportante
Diante o viver
Por si só
Esse lapso de instante
Mágico que nos brinda

Aproveite a vida
Sem pressões
Agonizantes
Impostas a si mesmo

Simplesmente viver
O ópio
Que nos livra
Do sem sentido
Desembaçando os olhos
Quando não vêem
Tudo
No Nada




Rob Azevedo