quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Desigual




Desigual



Dizem-me louco
Os tolos
Presos ao chão
Não sabendo que vôo...
Ah! Formigas de cabeça oca
Assim os vejo
Voando bem alto
Acima das nuvens
E píncaros dos montes
Ser desigual
É meu trunfo
Honra
Lábaro dourado
Sou desigual
Eu canto
Porque sou
Intelectual
Num mundo
Onde todo mundo
É boçal
Uso chapéu
Quando não usam
Roupa desigual
Fora do padrão normal
Sim, caro irmão
Desertei do rebanho
Que rumina no pasto
Da hipocrisia e ignorância
Tenho identidade própria
Que não é enlatado
De supermercado
No cardápio do meu papo
Nenhum lugar comum desgastado
Que se ouve pelas esquinas
Meu diálogo
Causa estranheza
Eu sei
Quando falo de Persépolis...
Ahn? O que?
Do que se trata?
Ah! Pesquise na enciclopédia!
Ilustre-se!
História Antiga
Faz bem
Pra saúde!
Olhe, não me rotule
Porque não sou igual a você
Ou vai saber
Que te acho
Um tremendo asno
Padronizado
Uniformizado
Enlatado
De supermercado

No mais
Eu vôo bem alto
Você lá de baixo
Nunca vai me entender



Rob Azevedo






Anjo de Amor




Anjo de Amor


-> Trilha sonora


Seu corpo assim
deitada de bruços
uma perna bem aberta
estendida ao lado
dobrando o joelho
dormindo nua
lindamente nua
em cada curva sua
relevo que me arranca suspiros
em redondas formas
repartidas por fenda
que desce maliciosa
ao seu sexo que se mostra
natural, sem rubor
nem guarda
como um anjo adormecido
descansando por mim
que o sono lhe vela
para que o vigor
revigore
doando-me amor
ao despertar
miro esse anjo
rezando
agradecendo
por ser meu
seu sexo assim
inocentemente nu dormindo
seguro na intimidade
do nosso quarto
sem receio algum
restrição ou pudor
em mostrar-se
como veio ao mundo
pelas mãos de Deus
nele os olhos fixo
tão logo enlevo o espírito
e me inspiro
escrevendo versos
desvendando o universo
que é seu corpo
a flor onde pousam meus olhos
é dádiva a mim consentida
pelo Criador dos anjos
agradeço
agradeço
agradeço
dorme, meu amor
dorme
que seu sono velo
mirando-te assim
dormindo nua
como um anjo
de amor


Rob Azevedo








Consumado Enleio




Consumado Enleio

(Com eu lírico feminino)



Arremate-me amor
e me mate de amor
sem pudor
rapte-me e me cale
saciando a vontade
do cair da tarde
ao nascer do Sol
desalinha o lençol
perca-se em meu corpo
naufragando no poço
sem fôlego
vadie pelas Luas
cheias do busto
que é teu
beija meu dorso
penetrando minha alma
domando-me nas rédeas
de minhas madeixas
cavalgando valente
em busca do gozo
abocanha meu pescoço
passeia a língua
da nuca ao colo
descendo ao umbigo
redemoinho à caminho
do paraíso
que é teu consentido
por livre e espontânea
paixão
afogue-se
entre um par de coxas
teu parque
de diversão
beijando o cálice
da minha flor cor de vinho
com devoção
meu sexo rendido
desflorado no leito
abre-se para ti
em pétalas
de Amor-Perfeito
consumado enleio

inteiro prazer
que te consagra
meu homem
eu
tua mulher



Rob Azevedo










terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Um Poema Inocente




Um Poema Inocente



Licor de Jenipapo
Outra cor no ar
Mel e dourado
Sabor de pecado
Menina vem devagar
O fogo vai te queimar
Travessa ateia
Mais a chama
Que incendeia
Ô Emília, boneca de pano
Sem tino nem miolo
O sabugo de milho vai entrar
Na história sem pestanejar
Se esconde do Visconde
E do sapo que goza
De menina mal-criada da roça
Se veste de rosa
Por baixo
Os grandes lábios
Pinta
De rouge-carmim
Ai de mim!
Vão me engolir
In-tei-ro
Indefeso entre um par de coxas
Menina vem devagar
A Cuca vai te pegar
La cucaracha, la cucaracha
Enfiei o cabo
Da vassoura
Na barata!
Saiu desbaratada
Descascando batata
Coitada!
Eu te avisei
Menina
Vem devagar
O Bicho Papão vai te pegar
Tem os olhos enormes
E a boca bem grande
Parecendo morto de fome...
Pergunta pra que?
Pra te comer!

Menina vem devagar
O galo já cantou

A jurupoca vai piar
E o peru
Vem cantando glu-glu...



Rob Azevedo






A Alcova de Don Juan




A Alcova de Don Juan

-> Trilha sonora


Naquela noite
Fria e só
Na penumbra d`algum candeeiro
Entre brumas madrigais
Cruzaram nossos olhos
Estremecendo tudo por dentro
Penetrando a alma
Arrepiando pêlos.
Que força mágica num olhar
E encanto arrebatador no semblante!
Porte esbelto, trajes elegantes
Um olhar
De duração e profundidade
Igual à eternidade
E alguém se derrete
Entregue
Ofegante
Mulher...
No sereno noturno
O frio convertido em calor
Orvalho, em suores de Amor
E dois desconhecidos se amam
De corpo e alma em pleno cio
Um ao outro com volúpia despindo...
Suspiros
Arranhões
Gemidos
Declarações apaixonadas
Em sussurros
Num parque ermo, escuro
Na relva às margens dum lago
O primeiro inefável orgasmo
Masculino e feminino, síncronos.
Ó Dama da Noite!
Teu perfume que inunda o bosque
Mistura-se ao de dois amantes
Inebriantes aromas, marcantes
Rastros invisíveis de Amor
Por onde se vão
E se deitam com paixão.
Ó Constelação de Órion!
Tuas estrelas
Não nos valem
Para contarmos os beijos
Que nos damos...
Contemos todas do céu!
Lábios que se encontram
Se roçam, escorrem um no outro
E se encaixam
Dentes que mordem de leve
Línguas que lambem
E se entrelaçam.
Mãos que suaves deslizam
Por todo corpo feminino
Profanando sagrados paraísos
Pousando no recôndito ninho
Acariciando
Desfolhando a rosa com carinho
Penetrando com a ponta dos dedos
O poço da libido
Umedecido
Pelo prazer consentido
Como um bom vinho
A bom bebedor.
Embriagado, meço no firmamento
A dimensão do infinito
Da anatomia da mulher
A cada palmo mil segredos
Mil oásis, mil devaneios
De perdição e desejo
Dos temores do naufrágio
Ao porto seguro
No colo macio, delicado.
Ó Par de Seios!
Contigo converso
Em sutis colóquios
Sorvendo teus conselhos
São generosos
Meus travesseiros
Após o Amor.
Estamos assim
Enamorados
Perdidos em delírios
Como os grandes navegadores
Deslumbrados com o descobrimento
Do Novo Mundo.
De onde vim?
Vim de onde
O vento surge
Minha alcova, minha cama
Palco do Amor que arde em chama
É na verde grama
Nos bosques, às margens de lagos
Ou na praia
Ao canto das ondas
N`alguma rua escura
Numa escadaria ou varanda
Sacada
De casa abandonada
Ou ainda
Na morada
D`alguma nobre dama
Aconchegado aonde dorme...
Talvez, quem sabe?
No guarda-roupas
Um oportuno esconderijo...
Meu nome?
Don Juan
Sou fogo que consome
Sem que se apague
Sou lenda
Sonho de mulher
Amor e prazer.



Rob Azevedo







domingo, 20 de janeiro de 2008

Chuááááá...




Chuááááá...

-> Trilha sonora


Naquela deserta praia
Sob a Lua cheia
O céu estrelado
A brisa marinha
Balouçando ramos
De palmeiras
Maresia, algas, conchas coloridas
Ao luar
Ondas que murmuram
Lambendo a areia
Trazendo ao vento
Branca escuma
Entre brumas
Da madrugada
Um Amor ao lado
Ao redor da fogueira
Gaita
Violão e vinho
O que mais, meu Deus
Precisamos
Quando estamos
No paraíso
Como no início
Feito Adão e Eva?
Tudo conspira
A favor
Do Amor
Cada estrela inspira
Poesia
Ondas que murmuram
São cantos
Celebrando
Corações
Enamorados
Chuááááá, chuááááá...
Canta o Mar
Pra lá e pra cá
Indo e voltando
Como dois corpos nus
Um sobre o outro
Na vastidão erma da praia
Comungando a Natureza
Se amando
A sós
Na areia
Ao canto do Mar
Chuááááá, chuááááá...
Indo e voltando




Rob Azevedo






quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O Mensageiro




O Mensageiro


-> Trilha sonora


Slapt, slapt, slapt...
Um homem de galochas vinha
Caminhando na estrada de terra batida
Depois da chuvarada
Béééééérrrrr...
Muge uma cabra
E range o portão
Se abrindo preguiçoso.
Levantei do toco de carvalho
Onde matutava
Tirando o chapéu de palha
Coçando a barba
Mastigando um naco de capim.
Meus olhos cruzaram
Aquele olhar cansado
De quem vem
De léguas além.
Parecia um profeta,
O Visconde de Sabugosa
Ou o Merlin
Mensageiro
D`algum grande segredo.
Fitou profundamente
Por infindáveis instantes
Meus olhos
Desnudando minha alma
Sem murmurar palavras.
Julguei louco
Aquele senhor idoso
Depois cismei
Encabulei e achei
Que estava
Todo cagado
Ou talvez
Com o rosto pintado
De palhaço.
Não! Não era nada disso...
Tampouco me encarava
Querendo briga
Era velho demais para tanto.
Ah! Ninguém mesmo dá ouvidos
A velhos assim...
Senis...
Virei as costa e fui embora
Quando ouvi:

- É este o legado que me dás?!
Virando as costas ao mundo
Deixando-o que escorra
Entre os dedos...
Eu sou você
Seu mundo
Quarenta anos depois...
Não se abandone
Rapaz
Nem espere que o amanhã
Se resolva por si só.
Não se canse tão cedo
De tentar mudar as coisas
Deixando-as como estão
Porque depressa o tempo passa
E quando voltar a te ver
Reconhecerás a mim
Como se olhando no espelho.
Saberás: Eu sou você.
Nessa hora tardia
Sim, não haverá mais como mudar
Os quarenta anos que se passaram
E qual legado haverá me deixado?

...Um eco ecoa no infinito...

E aquela imagem
Desvaneceu-se em brumas
Diante meus olhos.
O que faço da vida
Desde então
Tornou-se poesia
O resto
Pouco importa...




Rob Azevedo





segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Me-Nina




_Me-Nina_


-> Trilha sonora


Lá dentro de mim
No mais profundo
Busquei algo pra te dar
Um conto de fadas
Dos tempos de menina
Lembra?
A inocência de outrora?
A crença que se perdeu?
Envelhecemos a alma
No entanto, ela mesma
Se comove com as lendas
E chora...
Tudo tão ao avesso
Hoje em dia
Que no verso da moeda
Meus versos soam
Como vindos d`algum Don Quixote
Romântico Pós Moderno
Pelejando contra
Os mesmos velhos conhecidos
Moinhos de vento.
Não me importa
Todos envelheceram
Perderam os sonhos
Menos eu
Síndrome de Peter Pan...
- Um menino diante à mulher –
Sereno, pois tenho minha salvaguarda
Meus dons...
Que bom, somos iguais
Enfim!
O par perfeito!
Porque lendo minha história
Sei que se acalenta
Na imaginação
- Esse fabuloso reverso da solidão –
E menina se torna
Idêntica a mim



Rob Azevedo





quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Labirinto dos Sonhos




Labirinto dos Sonhos



Deliro
Feito ébrio enlouquecido?
Vomito um mito!
Da víscera...
Ambígua poesia
Enigma...

Quem entenderia
Senão os filhos
De Platão?

Inusitada e trágica
Sina
Da minha lira
Dramática

Ira que abomina
Em espasmos de agonia
Cataclismo
Surrealista

Insurreição!

- Quebrai as correntes, Ó Zeus
Da Razão!
Já não me entendem
Não!

Ainda murmuram
Que pisei nas flores
E falam de sonhos...

Eu as plantei!

Meus pés
Sabem aonde vão
Ao Bosque da Ilusão

Meu coração
Vai pisoteado
Acorrentado
À maldição
Das almas
Vagando eternamente
Nas sombras do além

Vagar, vagar, vagar...
Num campo de versos
Buscando a remissão
Sem nunca encontrar
Aprisionados
Por nossa
Criação

Eis por que
Eu piso
Nessas flores de ópio!
Nos entorpecem...

Então por que o espanto
Se deliro?

Cometo atos
Que não entendem
Delirante
Meus olhos se abrem
- Abrem as portas
Da percepção -
E compreendem:

Não há salvação!
Incendeie Roma
Devassem os campos
Do Amor

Tornou-se maldição
Eu um bufão
Pregando na praça
- Num dialeto da África -
Para uma multidão
De surdos
De Plutão

Ah! Não podem ver o que vejo...
Só eu, Zeus, só eu vejo
O quão o mundo
Que criamos
Tornou-se herético

Dá-me a Pedra Filosofal...
Alguma panacéia
Haverá de curar
A cegueira
Abissal
Daqueles que lêem
Meus versos

Quem sabe um dia
Possam ler os pergaminhos
Decifrarem os hieróglifos
Desvendando o enigma
Com ajuda dos astrólogos

Nesse dia
A saída
Do campo-labirinto
Encontrarão os ímpios



Rob Azevedo





domingo, 6 de janeiro de 2008

Depois do Amor




Depois do Amor


Devolva-me a crença
No Amor
Sobretudo a crença
No depois do Amor

Devolva-me tudo
O que alguém me roubou

Devolva-me a paz
Que me tiraram
O chão que me levaram
Desanuvie o céu
Pintando-o de azul

Dá-me um ninho
Seguro
Em teu peito

Dá-me alento
Acalma a fúria do vento
Na tempestade

Transforma tormento
Em contentamento

Fugaz
Em eterno
Escuridão
Em luz

Desilusão
Em convicção
Na beleza da vida
E realização
De cada sonho
Que embalei

Meu pranto
Torna ungüento
Que tudo sara
A ferida
Mais profunda
Cicatriza

Transforma
Ilusão
Em pão

Dá-me
Um jardim botânico
Em teu corpo
E morada
Na tua alma

Dá-me algo
Que subsista
Além dos lençóis
Depois do Amor



Rob Azevedo





sábado, 5 de janeiro de 2008

A Chuva É O Que Sinto




A Chuva É O Que Sinto


Canto o que sinto
O que me brinda o momento
Agora
Ao cair da chuva
Na noite soturna
O sentir me inspira
Ceticismo
Torno-me profundo
Como o abismo
Desembocando
No fim do mundo

Aquela impressão
Incompreensível
De que o sonho
Jaz
Em conto
Esmaecido
Consumido pelo tempo

O cantarolar da chuva no telhado
Tem
Seu próprio canto

Nessa hora
O compreendo
Por intuição

Sua linguagem
Não se traduz
Por meio
Da razão

Não se descreve
Em palavras

É insight
Mantra
Ego trip
Jornada
Às profundezas da alma

É lição
Zen-Budista
- A prova do Mestre –

É dizer tudo
Por meio do que não se entende
Sente-se
Pelo sexto-sentido

É refúgio
Convite
À introspecção
E transcendência

Bálsamo
Ilha perdida
Monastério no Tibet
Reticência

É o aguçar dos ouvidos
Tentando compreender um canto
Fundamental e inexprimível
Aos cinco sentidos

É o avesso da razão
Cognição
Sensitiva
Extra-sensorial

Enfim
A chuva
É o que agora sinto
Sentindo
Com o sexto-sentido



Rob Azevedo





Legião Estrangeira – De Fantasmas




Legião Estrangeira – De Fantasmas



Cantei tanto Amor
Um dia a fonte
Da minha alma secou
Estiagem prolongada
O verde definhou
Em folhas ressequidas
O solo rachou
Em profundas rugas

Veio o inverno
Ao sopro do vento
Gelado do Norte
Meu mundo
Entristeceu

Tudo que via
Eram terras nuas
Estéreis
Árvores secas
Galhos retorcidos
Rios mortos

A inocência se perdeu
Sonhos murcharam como as flores
O riso
Não teve mais motivo

Tive medo e chorei
Quando ainda podia chorar
Depois
O sentimento também morreu
Mesmo o rio
Vertido do pranto
Secou cada gota

O maior pesar
Vinha ao me defrontar
Sem força
Para mover uma palha
Diante aos fatos
Impiedosos

Tudo era deserto
Eu um nada em meio ao desterro
Insensível

O bonde da vida indo
Embora
Sem volta
Eu murchando
Tornei-me sombra
Fantasma de mim
Cavaleiro morto por dentro
Cavalgando oculto em armadura
Atado ao cavalo
Por algum escudeiro solidário
Ao que fui no passado

À frente da tropa invisível
Segui guiando
Cruzando o deserto
Como lábaro
Inspirando
Outro tempo
Glorioso

Em mim
Jazia morto
De aparências
Valia o símbolo
E ouvi ao vento:

- Nosso General está vivo
Imbatível nos guia
À vitória!


Mal sabia o vento
Que pesava em minha alma
A mais melancólica
De todas derrotas:

Não havia mais motivo
Pelo que lutar
Nenhuma vitória
A vitória traria
A ninguém

Apagou-se
De todos dicionários
A glória

Viver tornou-se
Sem razão

Nenhuma ideologia
Nos salvaria
Nada
Nem altruísmos
Deus algum
Ou aquela quimera
Que um dia
Nos tempos da inocência
Acreditamos:

- O Amor -

Pois secou-se amargo
Em nossos corações

Na verdade nos trouxe
O pesar
Que agora sofremos

Tornou-se
Nosso inimigo
Carrasco
Cicuta
Engodo
Abutre
Víbora

Em nosso peito
Nos matava
Extirpá-lo
Nos chacinava até a entranha
Da alma

Assim em tese
Morremos
Sem saída
Num beco escuro

O maior espanto:

Mesmo a morte
Morreu!

Destituídos
Desse véu
De misericórdia sombria
Viemos a ser
O que nos tornamos:

Legião estrangeira
De fantasmas
Vagando eternamente
Pelo além
Sem descanso
Assombrando
Penando
Murmurando
Maldizeres
Ainda em cânticos
De Amor



Rob Azevedo